Hoje, o Papa Francisco fez sua primeira declaração oficial promovendo o Tempo da Criação, uma celebração anual de ação e oração pelo meio ambiente, que tem duração de um mês e é observada por cristãos em todo o mundo.
Principais mensagens
O texto está disponível na íntegra em italiano, com uma tradução não oficial em português.As principais mensagens do Papa Francisco incluem:
- Nós somos chamados a proteger a criação, mas estamos nos perdendo. “Algo bom aos olhos de Deus se tornou algo explorável nas mãos humanas”.
- O Tempo da Criação é um momento de oração na natureza. “Esta é a hora de nos re-familiarizarmos com a oração, imersos na natureza, onde nossa gratidão ao Deus criador se eleva espontaneamente”
- O Tempo da Criação é um momento para crescermos em sustentabilidade. “Esta é a hora de refletirmos sobre nossos estilos de vida… Mudemos e adotemos uma forma de vida mais simples e respeitosa!”
- O Tempo da Criação é um momento para pedirmos que nossos governantes formulem melhores políticas ambientais. “Esta é a hora de agirmos profeticamente”, e os governos têm a missão de “demonstrar vontade política de acelerar drasticamente suas medidas para alcançarem emissão neutra de gases de efeito estufa o quanto antes… segundo as metas do Acordo de Paris”
Elevating Catholic voices
Em especial, a mensagem do Papa destaca os movimentos pioneiros de jovens e indígenas que têm chamado a atenção do planeta, bem como a próxima reunião que trará à tona suas preocupações. A Cúpula pelo Clima do Secretário Geral da ONU, a se realizar no final de setembro, segundo o Papa Francisco, é um momento no qual precisamos “aproveitar as oportunidades para respondermos ao clamor dos pobres e ao clamor da terra”.
Enquanto se aguarda o resultado das deliberações dos líderes da ONU, a declaração do Papa é o mais novo sinal do crescente senso de urgência dentro da Igreja. Com 1,2 bilhão de membros – uma em cada sete pessoas na Terra é católica – as ações cada vez maiores entre os católicos exercem pressão nos políticos que detêm o poder de tomar decisões.
Todos os anos, um comitê ecumênico sugere um tema para o Tempo da Criação e propõe ideias para celebrações locais. Este ano, o tema sugerido foi “a teia de vida”, incentivando as comunidades cristãs a refletir sobre a biodiversidade e a dádiva da criação de Deus. Esse tema é especialmente pertinente frente aos incêndios que devastaram vidas por toda a Amazônia e frente ao Sínodo da Amazônia.
Nos seis continentes, centenas de eventos estão sendo preparados para o Tempo da Criação deste ano. São desde serviços de oração a paralisações pelo clima e grandes eventos com bispos. Além do apoio de leigos católicos, a declaração do Papa Francisco demonstra que a ação pela proteção do meio ambiente está sendo cada vez mais acolhida como uma faceta essencial da vida católica.
Eventos em destaque
Alguns eventos em destaque este ano incluem:
- Globalmente: um movimento de e para jovens católicos, a Geração Laudato Si’ está se mobilizando em centenas de cidades para Paralisações pelo Clima de 20 a 27 de setembro.
- Brisbane: Peter Loy Chong, Arcebispo de Suva e presidente da Federação das Conferências Episcopais da Oceania, celebrará uma missa pela criação em Brisbane, Austrália, pelo Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. As ilhas do Pacífico enfrentam ameaças existenciais devido às mudanças climáticas. A Austrália abriga aquela que será a maior mina de carvão do mundo.
- Quezon, Filipinas: Cardeal Tagle, Arcebispo de Manila, celebrará uma missa antes da Caminhada pela Laudato Si’ em toda a cidade, com milhares de participantes. No ano que vem, comunidade de Quezon plantarão mudas de árvores trazidas de comunidades indígenas, simbolizando a conexão de todas as pessoas na criação.
Tomás Insua, diretor executivo do Movimento Católico Global pelo Clima, disse: “O apoio do Papa Francisco ao Tempo da Criação realmente importa. Mais de 1 bilhão de católicos em todo o mundo busca orientação na Igreja, e agora é hora de os líderes políticos seguirem a liderança do Papa. Todo dia que passa sem uma redução significativa nas emissões de carbono é um dia de tristeza, um dia no qual continuamos dizendo aos mais pobres e às futuras gerações que a vida delas não importam. Hoje mais do que nunca, a Igreja está claramente apontando na direção da cura de nossos espíritos e nosso planeta”.